Cultura de UX na indústria de software: adoção de UX, na prática — Parte 3

Patricia Prado
Patricia Prado
adoção de UX

Em nossa série de conteúdos sobre a cultura de UX na indústria de software, vamos falar sobre a questão prática: a adoção de UX. Confira, ainda, a apresentação de cases de mercado da Ideativo.

Neste artigo, vamos tratar do estágio de adoção de UX, o último dentre os estágios da maturidade de UX. Se você está chegando agora, dê uma olhada na parte 1 e parte 2 dessa série, que estão imperdíveis. Por lá, conversamos sobre como se dá o início de UX na indústria e as fases em que o design pode agregar valor à marca e ao produto.

O mundo está mudando, os modelos de negócios sofrem ajustes e adaptações, estratégias de negócios focam em atender o usuário de maneira impactante, mas como está o seu produto nesse contexto? Ele está acompanhando essas novas abordagens? Sua gestão e periodizações incluem questões de uso?

Hoje vamos conversar sobre a adoção de UX, com exemplos práticos, de cases de mercado, de como você pode realizar isso na sua empresa, para seu produto!

Continue acompanhando e, além disso, se preferir, que tal abrir uma conversa sobre isso? Mande uma mensagem para nossa equipe! 😉

Boa leitura!

Quer conferir o case deste artigo sobre adoção de UX em vídeo? Então dá o play para conferir! 😉

Estágio 3: Adoção de UX

Agora que a empresa já percebeu o valor do design e começam a ocorrer os primeiros investimentos, é importante manter o foco e, principalmente, saber como aplicar o UX em todos os processos do negócio. Enquanto se percebe o diferencial competitivo que o UX traz, ainda existe uma grande chance de regresso aos velhos hábitos de desenvolvimento de produto. Por causa disso, fique atento!

Dinâmica de modelagem de negócios contando com informações de pesquisa com usuários para as tomadas de decisão

Há casos em que o UX dilui as tomadas de decisão entre usuários, desenvolvedores e a área de negócios, isso acaba trazendo algumas resistências quanto à gestão de produto. Geralmente, dentro desses contextos, existe uma área interna de UX, mas pela quantidade de demanda os profissionais ficam sobrecarregados ou acumulam responsabilidades.

As organizações no estágio 3 de maturidade começam a destacar seus produtos baseados no UX design. O sucesso, no entanto, é ainda inconsistente e os clientes, em um primeiro momento, podem não associar as ações de UX ou as melhorias realizadas. Contudo, as organizações têm a percepção de uma diferença tangível nos negócios por conta dos benefícios trazidos pelo crescimento do UX em seus produtos. Tais como:

  • Redução do tempo de desenvolvimento;
  • Expectativa de prazos mais bem elaboradas;
  • Redução na refação ou retrabalho de recursos, entre outros.

Os benefícios internos são perceptíveis, mas ainda é preciso amadurecer para conseguir medir os resultados com os clientes de maneira efetiva. É um momento em que as métricas ainda estão sendo construídas e observadas. Para saber mais sobre as métricas de UX e como medir a experiência de seu usuário, confira este artigo aqui!

Case de mercado

Para exemplificar, trazemos os resultados de uma ação que fizemos em uma indústria de software aqui de Florianópolis, Santa Catarina. Nesse case, fizemos a validação de um novo produto com os usuários, pois a organização estava identificando os valores do UX nos processos. Antes de incluir a ferramenta no portfólio, a empresa decidiu fazer uma análise da ferramenta com os usuários.

Teste de usabilidade em um produto de comunicação interna.

Os resultados foram surpreendentes e eles então decidiram incluir as validações em uma sprint anterior. Sprint é o nome dado a um ciclo de desenvolvimento de um projeto, pode ter duração de 2 a 4 semanas dependendo de cada caso.

Foram selecionados para os testes seis pessoas: 3 homens e 3 mulheres, com perfis variados — operacional, gerência e diretoria — e faixa etária de 28 a 45 anos, que, por sua vez, utilizam diversas ferramentas para comunicação. O teste foi aplicado no computador e no celular do próprio usuário para deixar o cenário mais próximo da realidade possível.

Principais objetivos

  1. Avaliar a capacidade de controle e liberdade;
  2. Verificar a consistência de padrões e fluxos;
  3. Oferecer o reconhecimento ao invés de lembrança;
  4. Verificar a flexibilidade e eficiência de uso.

Resultados

Os resultados do teste foram muito importantes para tomadas de decisão estratégicas no desenvolvimento da ferramenta. Alguns tópicos foram bem simples de resolver, como a alteração de cor das fontes, pois o usuário teve dificuldade de ler, ou aumentar contrastes dos feedbacks.

Contudo, esse teste também trouxe resultados extremamente sensíveis que precisaram ser discutidos por toda equipe envolvida com o desenvolvimento da ferramenta. Alguns exemplos, são:

  1. Responsividade: os desenvolvedores que estavam trabalhando nesse recurso investiram muito tempo/esforço de trabalho. Durante os testes nenhum usuário sentiu necessidade do formato paisagem, ou seja, investimento que não trouxe nenhum resultado. A conclusão da alta gestão e da equipe foi que não era o momento de desenvolver esse formato, portanto… isso foi para o backlog.
  2. Inteligência de busca: foi tanto tempo investido no formato paisagem que a grande estrela, o coração do sistema, que era a busca, acabou ficando em segundo plano. O vídeo abaixo, mostra a dificuldade de um usuário em realizar uma busca, pois o tempo de resposta ficou lento. Se você observar, os gestos do usuário são de dúvida e insegurança. Conclusão: tanto esforço que foi investido no lugar errado.

Entendendo os resultados

Esse pequeno exemplo traz resultados práticos para quem está gerindo e trabalhando diretamente com o projeto. Contudo, ainda não é o momento de pensar em mensurar resultado ou no retorno do investimento, são questões práticas de dentro da empresa. E com o tempo os usuários finais começam a perceber a diferença!

Outro ponto que é bem relevante é que essa ação na adoção de UX democratiza as decisões. Os desenvolvedores, que tiveram a dor de desenvolver o formato paisagem, e sentiram que todo o esforço foi em vão, puderam então perceber que o teste trouxe argumentos bem palpáveis para a mudança de foco dos esforços da equipe técnica. Logo, se tornaram defensores do processo ser realizado antes do desenvolvimento completo da ferramenta. Ou seja, foi um sucesso!

Conclusão

Em suma, toda essa história foi para exemplificar como o UX pode ajudar no desenvolvimento de projetos. No entanto, mover-se para o estágio 4 requer um refinamento de processos e não mais uma mudança de pessoas e gestão. Ou seja, a parte mais difícil foi superada, que é trabalhar com cultura e modelagem da gestão.

O próximo passo é mensurar, mas para isso os processos devem estar bem organizados. Você sabe que mensurar no meio do caos não traz bons números e isso pode mascarar o real valor da operação, não é mesmo?

Por isso, contar com o apoio de uma consultoria especializada em UX pode te ajudar a passar por todos esses estágios de forma mais leve e sem dores de cabeça. Leve isso em consideração!

Agora, como a sua empresa está? Vocês ainda investem em recursos que lá no final o usuário nem sabe que existe? Que tal fazer uma experiência e ser mais assertivo nas suas entregas?

Fale com a gente e coloque em prática tudo que você aprendeu sobre experiência de usuário! Vamos construir juntos, soluções que fazem realmente sentido para seus clientes. #somosideativos \o/

E não perca nossa quarta e última parte da série sobre cultura de UX na indústria de software. Vamos falar sobre a experiência da Ideativo sobre maturidade em UX. Vale a pena conferir!

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