Trabalhar com sistemas legados está se tornando um desafio para indústria de software, pois a estrutura tecnológica e a interface costumam estar costuradas a linguagens antigas, difíceis de atualizar. Em função disso, muitos desenvolvedores (DEVs), designers e QAs ficam restritos à capacidade de desenvolvimento dessas linguagens.
Além do problema de linguagem, o perfil dos usuários mudou muito nos últimos 10, 20 anos. Os artefatos se tornaram naturais aos movimentos humanos. A foto abaixo, tirada na praça de São Pedro, mostra a disseminação da tecnologia em menos de 10 anos.
Existem hoje soluções de muito valor de mercado, mas que são tecnologias ultrapassadas, com interfaces antigas e processos de desenvolvimentos engessados. Para continuarem válidos, esses sistemas precisam de documentação extensa e detalhada e de treinamento, fora outras etapas que oneram a produção e a implementação do produto.
Tanto investimento ainda torna a vida na indústria de software cansativa, burocrática e cara. As indas e vindas desse processo ainda chegam ao usuário final, que fica refém de manuais entediantes e horas de treinamentos que tornam sua curva de aprendizagem mais longa.
Parece discurso repetido, mas é uma realidade em muitas empresas. Esse é o comportamento usual frente à transição de um produto antigo para um mundo cheio de possibilidades e de mercados que mudam de necessidade constantemente.
Os clientes que pagam pela ferramenta ou solução esperam ter retorno rápido e não perder tempo em sala de treinamento. É nesse ponto que as metodologias de design se mostram uma alternativa para trazer mais eficiência sem perder a bagagem que sistemas legados possuem.
Por exemplo: trazer DEVs e POs para dentro dos testes de usabilidade é uma maneira de expor a eles as dificuldades do usuário. Ou seja, observar os trajetos que o usuário percorre, perceber os mecanismos que são utilizados com mais frequência, poder adaptar rotas de navegação e obter feedbacks são itens que, avaliados em conjunto, trazem inputs para o time construir soluções mais eficientes de maneira multidisciplinar. Inserir a participação de outras equipes nos testes ajuda a criar empatia e na disseminação de uma cultura de engajamento.
São dinâmicas rápidas que podem reduzir muito o custo de desenvolvimento e auxiliar nas tomadas de decisão de recursos ou funcionalidades que agregam valor ao produto. Não é necessário revolucionar interface, banco de dados e infra do produto. Basta entregar-se objetivamente à realização de tarefas e muitos problemas de interface podem ser amenizados ou resolvidos.
Essas metodologias ainda ajudam a quebrar o gelo entre os profissionais que estão trabalhando em uma solução. Ser o usuário final e ver uma outra pessoa experimentando o produto ajuda a sensibilizar, diminui a resistência, agrega valor e torna a solução bem mais consistente.
#vamoquevamo
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